
Foto de Ângelo Lorini 6n5s6a
Agricultores da região do Médio Alto Uruguai se uniram na manhã desta segunda-feira, 17, em frente ao Banco do Brasil, em Frederico Westphalen, para um ato de mobilização convocado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e pela Central Sindical.
A manifestação, que ocorre simultaneamente em diversas cidades do Rio Grande do Sul, tem como principal objetivo chamar atenção das autoridades para a crise enfrentada pelos produtores rurais, agravada pelas adversidades climáticas, por altos custos de produção, endividamento crescente e dificuldades no o a recursos e políticas públicas de apoio à agricultura.
Valdecir Fávero, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nonoai, esteve presente e destacou a difícil realidade dos agricultores, que enfrentam custos altíssimos de produção, principalmente com a aquisição de máquinas e insumos, e que, mesmo com boas colheitas, não conseguem mais cobrir suas dívidas.
– Nos últimos quatro anos, enfrentamos estiagens e uma enchente que prejudicaram gravemente a produção. Mesmo com uma boa colheita de milho, a dívida acumulada não permite ao agricultor sobreviver –, lamentou Fávero.
O endividamento e a falta de incentivos também afetam a produção de leite na região, que tem diminuído drasticamente. O produtor rural, segundo Fávero, tem que lidar com altos custos e poucas opções para equilibrar as contas, enquanto o governo adota medidas que dificultam o o a crédito e recursos essenciais para a sobrevivência do setor.
A mobilização também visa pressionar o governo sobre as mudanças nas normas de o ao Proagro, o seguro agrícola, e ao Pronaf, além da renegociação das dívidas agrícolas, que não têm sido eficazes para aliviar a situação financeira dos produtores. Fávero explicou que, apesar de o agricultor pagar pelo seguro, as novas resoluções criam barreiras para o recebimento do Proagro, prejudicando ainda mais aqueles que enfrentam perdas devido a eventos climáticos adversos.
Amarildo Manfio, presidente da Regional Sindical de Frederico Westphalen, ressaltou a importância do movimento, que busca garantir o direito de produzir alimentos sustentáveis e assegurar a continuidade das propriedades agrícolas. Ele destacou que a pauta abrange não apenas a renegociação de dívidas e o o a crédito, mas também a defesa do agricultor familiar como pilar fundamental da economia local e do país.
Vereadores locais, como Adilson Severo, Ismael Coco e Lídio Signori, também marcaram presença no ato, reforçando o apoio das autoridades legislativas à causa. A presidente da Câmara Municipal de Frederico Westphalen, Marizete Frozzi, se solidarizou com os agricultores e destacou a responsabilidade do poder legislativo em garantir que as necessidades da classe produtora sejam atendidas.
O evento, que deve seguir até o meio-dia, é um aquecimento para o grande ato marcado para o dia 19 de março, em São Luís Gonzaga, onde a mobilização deve reunir mais de 5.000 agricultores de toda a região noroeste do estado. O movimento sindical reforça que o futuro da agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis dependem de ações imediatas por parte dos governos federal e estadual para resolver as questões do endividamento e do o aos recursos necessários para garantir a sustentabilidade do setor agrícola.
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