
Foto de Ângelo Lorini/Arquivo LA+ 5hr5h
Frederico Westphalen se prepara para receber, na próxima segunda-feira, 16, aquela que promete ser a maior manifestação já realizada na região em defesa da securitização das dívidas agrícolas. O movimento, organizado por produtores rurais com o apoio de empresários e lideranças comunitárias, tem como objetivo chamar a atenção para a grave crise enfrentada pelo setor e exigir do governo federal medidas concretas de socorro — especialmente o alongamento do prazo das dívidas rurais.
A mobilização conta com nomes como Marcelo Sikoski, produtor e suplente de vereador, e Tiago Risson, empresário do ramo de peças agrícolas. Ambos estiveram no programa L.A. Entrevista, da Rádio Luz e Alegria, nesta semana, onde detalharam a gravidade da situação e os preparativos para o ato.
"Nós não estamos aqui para pedir ajuda. Estamos aqui para pedir socorro", resumiu Marcelo, emocionado ao relatar os impactos de estiagens, enchentes e o alto custo da produção, especialmente na pecuária leiteira.
Segundo ele, as perdas acumuladas nos últimos anos — com quatro secas consecutivas e eventos climáticos extremos — colocaram os produtores em uma situação insustentável. Muitos já não conseguem o ao Proagro, o seguro rural, e enfrentam dificuldades até para garantir alimentação básica para o gado.
Já Tiago Risson reforçou o impacto da crise do campo no comércio urbano:
"Muita parte do dinheiro que gira dentro da cidade vem do campo. Está na hora de os comerciantes e a população terem mais carinho com quem acorda às 5 da manhã para garantir o alimento de todos nós", destacou o empresário.
A mobilização contará com tratoraços, caravanas regionais e atos coordenados em diversos pontos. Em Frederico, os tratores devem sair ainda de madrugada de Iraí, Vicente Dutra, Caiçara, Seberi, Erval Seco e cidades vizinhas, se encontrando no centro da cidade por volta das 8h30, em frente à agência do Banco do Brasil. O ponto alto da manifestação será às 11h, com uma concentração maciça no trevo de Osvaldo Cruz.
O movimento, que nasceu do SOS Agro, agora se organiza em torno da securitização rural, medida que visa reestruturar as dívidas dos produtores a longo prazo, sem perdão, mas com condições realistas de pagamento. A AMZOP (Associação dos Municípios da Zona da Produção) também se une à causa, articulando apoio político e institucional junto à bancada gaúcha, com reuniões previstas na capital Porto Alegre na mesma data.
Apesar do crescimento do movimento em número e alcance — agora com adesão de estados vizinhos — os participantes lamentam o silêncio e a ausência de resposta concreta do governo federal.
"Não é movimento político. É uma causa justa dos agricultores. Não é de esquerda, nem de direita. É o povo pedindo socorro", reafirmaram os organizadores.
A expectativa é que o ato de segunda-feira seja um marco na luta pela sobrevivência da agricultura familiar no Estado, que representa a base da economia de muitos municípios.
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