Direto de Roma, o padre Rafael de Castro, natural da Diocese de Frederico Westphalen e residente na capital italiana há dois anos para concluir seus estudos de mestrado, concedeu entrevista exclusiva ao Complexo Luz e Alegria nesta quarta-feira, 23, durante o funeral do Papa Francisco. O sacerdote relatou o clima de profunda comoção e oração que tomou conta da cidade e, especialmente, da Praça São Pedro, onde multidões se reúnem para prestar as últimas homenagens ao pontífice falecido. 6c196m

– O clima aqui é de silêncio, oração e esperança. Um sentimento profundo de espiritualidade paira sobre Roma. As pessoas estão comovidas, mas confiantes na ressurreição. Afinal, nossa fé cristã nos ensina que a morte não tem a última palavra –, declarou padre Rafael.

Ele também destacou a simplicidade do Papa Francisco, visível inclusive em seu testamento. “O Papa pediu para ser sepultado de forma simples, sem inscrições pomposas em sua tumba, e com todos os custos pagos por um benfeitor particular, para não usar recursos da Igreja. Um testemunho irável de humildade”, contou.

Padre Rafael explicou os ritos próprios de um funeral papal, como a declaração oficial da morte feita pelo Carmelengo, a transladação solene do corpo da Casa Santa Marta até a Basílica de São Pedro, os três dias de velório público e, por fim, a Missa fúnebre que será celebrada no sábado. O sepultamento acontecerá na Basílica de Santa Maria Maggiori, local querido pelo Papa Francisco por sua devoção à Virgem Maria.

_{Caixão do papa Francisco é carregado para velório na Basílica de São Pedro — Foto: Mario Tomassetti/Vatican Media}

Com a presença confirmada de autoridades de todo o mundo – incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Donald Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e os rei da Espanha – espera-se que mais de um milhão de fiéis em por Roma nestes dias. A cidade, preparada para o Jubileu da Esperança, já havia estruturado calçadões, banheiros, bebedouros e pontos de apoio espiritual para grandes multidões. Por fim, o sacerdote reforçou o valor simbólico do funeral papal.

– Este é um momento de unidade da Igreja e de continuidade da sucessão apostólica. O Papa se vai, mas a Igreja continua seu caminho, como uma barca que leva ao mundo a mensagem do Evangelho. Agora, mais do que nunca, é tempo de oração para que o Espírito Santo conduza a escolha do novo sucessor de Pedro –, disse.

Padre Rafael encerrou com uma reflexão tocante: “A missão da Igreja é levar o remédio que cura a humanidade – e este remédio tem nome: Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado.”