Polícia conclui que não houve crime na morte de Edelvânia Wirganovicz
Laudo aponta suicídio da condenada no caso Bernardo Boldrini
Publicado em 29/05/2025 às 13:06
Atualizado em 29/05/2025 às 13:30
Capa Polícia conclui que não houve crime na morte de Edelvânia Wirganovicz

Foto de Reprodução 5t1x5l

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que não houve crime na morte de Edelvânia Wirganovicz, uma das quatro pessoas condenadas pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, em 2014. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira, 29, durante coletiva de imprensa. Edelvânia foi encontrada morta dentro da cela que ocupava no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, onde cumpria pena em regime semiaberto.

Conforme o delegado Gabriel Borges, responsável pelo inquérito, Edelvânia apresentava sinais de sofrimento psíquico, incluindo ideações suicidas relacionadas à culpa pelo crime e à ruptura com familiares. “Ela estava isolada, em ala segura, com pouco contato com outras detentas. Sentia-se abandonada e muito abalada psicologicamente”, afirmou Borges.

A Polícia confirmou que a detenta chegou a receber atendimento médico após ser encontrada, mas não resistiu e morreu ainda na unidade prisional. Com base em depoimentos, provas materiais e laudos periciais, os investigadores descartaram a possibilidade de homicídio ou participação de terceiros. O inquérito será agora encaminhado ao Ministério Público, que deverá avaliar se o caso será arquivado.

Relembre o caso Bernardo 4d4g5j

O menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril de 2014, em Três os, no Noroeste do RS. Dez dias depois, seu corpo foi encontrado enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen. A morte comoveu o país e revelou um crime de extrema crueldade, com a participação direta de familiares.

As condenações 523f5j

Em 2019, após júri popular, quatro pessoas foram condenadas:

  • Leandro Boldrini, pai: 31 anos e 8 meses por homicídio qualificado e falsidade ideológica. Cumpre pena em regime semiaberto. Em 2024, foi desligado do Hospital Universitário da UFSM após ter o CRM cassado.

  • Graciele Ugulini, madrasta: 34 anos e 7 meses por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Está no regime semiaberto.

  • Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele: 22 anos e 10 meses por homicídio e ocultação de cadáver. Foi encontrada morta em 2025.

  • Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia: 9 anos e 6 meses por homicídio simples e ocultação. Teve a pena extinta em janeiro de 2024.

O assassinato teve como motivação, segundo o Ministério Público, interesses financeiros e familiares. Graciele teria prometido ajuda econômica à amiga e ao irmão para o cometimento do crime.

A morte de Edelvânia, apesar de trágica, não altera a condenação dos demais envolvidos, que seguem com suas penas definidas pela Justiça.

Condenados no caso Bernardo: Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz — Foto: Reprodução/TJRS

Onde estão os outros condenados
 Leandro Boldrini, pai da vítima 
O médico foi condenado a 31 anos e 8 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Boldrini foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.

Ele cumpre pena em regime semiaberto. Em março de 2024, Boldrini foi selecionado para uma vaga no programa de residência médica do Hospital Universitário, mantido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Ele não tinha, até o momento, impedimento para exercer a medicina. Em fevereiro de 2025, porém, Leandro teve o registro cassado pelo Conselho Federal de Medicina (Cremers) e foi desligado do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).

 Graciele Ugulini, madrasta 
A madrasta foi condenada a 34 anos e 7 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela recebeu autorização para ir para o regime semiaberto.

 Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia 
O irmão da amiga Edelvânia foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por homicídio simples e ocultação de cadáver.

Conforme o Ministério Público (MP), Evandro abriu a cova onde foi enterrado o corpo de Bernardo.

"O crime foi cometido pelo réu por motivo torpe, uma vez que sua irmã, Edelvânia Wirganovicz, recebeu de Graciele Ugulini a quantia de R$ 6 mil para o cometimento do crime, além da promessa de auxílio financeiro para a aquisição de um imóvel", diz o MP.

Ainda segundo o MP, Evandro, sabendo disso, ajudou a irmã para obter "vantagem econômica". Ele já cumpriu a pena, que foi extinta em janeiro de 2024, e está solto.

Fonte: G1-RS

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Almir Felin