Foto de Arquivo LA+ r6a
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta terça-feira, 25, a prisão domiciliar de Edelvânia Wirganovicz, condenada pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, em abril de 2014, no município de Três os, noroeste do Rio Grande do Sul.
Atendendo reclamação da Procuradoria de Recursos do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a decisão do ministro torna sem validade a decisão do juízo da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre e determina que a apenada retorne ao regime semiaberto.
Condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, Edelvânia estava presa desde 15 de abril de 2014, após confessar participação no crime ao lado da amiga Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo. Segundo o Ministério Público, ela ofereceu apoio moral e material para a execução e ocultação do corpo do menino.
Em maio de 2022, Edelvânia obteve progressão ao regime semiaberto. No ano seguinte, devido à falta de vagas no sistema prisional, a 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre determinou que ela cumprisse a pena com o uso de tornozeleira eletrônica. Agora, com a revogação da prisão domiciliar pelo STF, a detenta deverá retornar ao regime semiaberto.
O advogado de defesa, Jean Severo, alegou que Edelvânia corre "enorme risco de vida pela natureza do crime que foi condenada".
O Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini tinha 11 anos quando foi morto, em abril de 2014. Inicialmente dado como desaparecido, seu corpo foi encontrado 10 dias depois, dentro de um saco, enterrado às margens do Rio Mico, em Frederico Westphalen. O pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e mais duas pessoas foram condenadas pelo crime em março de 2019, em um caso que chocou o Rio Grande do Sul.
Nota da defesa de Edelvânia
"Lamentamos profundamente a revogação da prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica que Edelvânia estava submetida. Em um presídio semiaberto, Edelvânia corre enorme risco de vida pela natureza do crime que foi condenada, se algo de ruim acontecer a ela o culpado será o Ministério Público do RS, que não se contentou somente com a condenação de Edelvânia e quer impor um sofrimento ainda maior a esta mulher".
Jean Severo
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