O mês de junho chega com um importante chamado à consciência social: o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. Em entrevista à Rádio Nacional, a diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do SESC, Janaína Cunha, destacou o papel da campanha Junho Violeta, que busca promover respeito, autonomia e qualidade de vida para quem tem 60 anos ou mais. 2w3r1i

– É um trabalho que o SESC realiza há mais de 60 anos, atendendo regularmente mais de 50 mil pessoas idosas em todo o Brasil –, afirmou Janaína. Segundo ela, os atendimentos envolvem uma série de ações que visam reconhecer o papel da pessoa idosa na sociedade e combater agressões que vão desde a violência física até a psicológica e financeira.

Um dos destaques da programação recente foi o Encontro Nacional da Pessoa Idosa, realizado nos dias 10 e 11 de junho, em Bento Gonçalves (RS). O evento reuniu participantes de todo o país em atividades como oficinas de dança, vivências em tecnologia, apresentações artísticas e rodas de conversa. “A programação é pensada para eles e feita por eles. Isso é o mais especial”, ressaltou a diretora.

Janaína também trouxe dados do Censo de 2022, que mostram o crescimento de 57,4% na população com 65 anos ou mais em 12 anos. "A sociedade precisa acordar para isso. O envelhecimento da população é um fato, e nossos espaços coletivos e individuais precisam estar preparados para acolher essa realidade", destacou.

Ela defendeu o conceito de envelhecimento ativo, onde é possível manter uma vida longa, autônoma e feliz. "Já ou o tempo em que envelhecer significava perda de qualidade de vida. Hoje é possível envelhecer com vitalidade e propósito", disse, citando a “Jornada da Longevidade”, uma palestra do médico Emílio Moriguchi que integrou o encontro em Bento Gonçalves.

No enfrentamento ao etarismo — o preconceito contra a idade — o SESC aposta em protagonismo e respeito às escolhas dos idosos. "Se um grupo quer fazer oficina de hip hop, por que não? O desejo é a principal força motriz da vida", defendeu.

A programação do Junho Violeta se estende por todo o mês, mas o trabalho com a população idosa é permanente nos SESCs do país. Em diversas unidades, há ações que incluem palestras, grupos de memória, atividades culturais, alfabetização digital e até corais formados exclusivamente por pessoas com mais de 60 anos.

“Relacionar-se com pessoas idosas é uma chance de aprender, de escutar, de construir vínculos com quem tem uma bagagem valiosa. O SESC acredita nesse protagonismo e quer expandi-lo ainda mais”, concluiu Janaína Cunha.